A agroecologia e a relação sociedade- natureza

Historicamente, a relação entre sociedade e natureza nem sempre foi a mesma, tendo sofrido diversas e sérias mudanças desde os primórdios da Terra, sendo influenciada por diversas construções sociais, ideologias e contextos históricos.

Para Mahatma Gandhi, o que a sociedade faz com o meio ambiente é o reflexo daquilo que ela faz para si mesma e para os outros ao seu redor. Dessa forma, é de extrema importância entender mais sobre o relacionamento sociedade-natureza e qual o papel da Agroecologia enquanto ferramenta para aproximar o indivíduo do meio ambiente.

A agroecologia se refere a uma agricultura sustentável, que se preocupa com as questões ambientais e sociais, promovendo a segurança alimentar e nutricional, além de considerar as comunidades rurais. Sobretudo, possibilita a união de saberes tradicionais e científicos na busca pelo equilíbrio entre as necessidades humanas e o bem-estar do ecossistema e manutenção da biodiversidade.

Por outro lado, os modelos insustentáveis de produção, a exemplo do agronegócio, são dominantes na sociedade contemporânea. Dessa maneira, existe cada vez menos preocupação com os impactos causados pelas ações humanas ao meio ambiente, pois a sociedade segue os moldes capitalistas de produção, em que o lucro é a principal e única motivação. Além disso, os interesses econômicos perpassam a qualidade de vida da população, que ao agredir o meio ambiente, prejudicam a si mesmos.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, responsabiliza o poder público e o coletivo com as questões ambientais, a fim de garantir um ecossistema ecologicamente equilibrado para a atual e futuras gerações. Contudo, as interferências humanas na natureza não promovem o cumprimento do que prevê a carta magna. Em contrapartida, a agroecologia representa uma iniciativa que se preocupa com o bem-estar ecossistêmico e com a manutenção da biodiversidade, dialogando com esse importante documento.

Ademais, à medida que a população adotar medidas agroecológicas, gradualmente, se preocupará mais com a qualidade do que é produzido do que com a quantidade e possíveis lucros. Desse modo, será possível a prevenção de enfermidades, que seriam causadas por produtos químicos, os alimentos contarão com um maior teor nutricional e a preservação ambiental será assegurada, garantindo a qualidade do solo, do ar e dos recursos hídricos, que são essenciais para vida humana.

Autoras: Júlia Macêdo e Sara Alícia