A biodiversidade engloba a variedade de vida na Terra em todos os níveis de organização biológica, desde genes individuais até ecossistemas inteiros. O conceito de biodiversidade foi criado em meados da década de 1980, quando a expressão inglesa ” biological diversity”tornou-se“biodiversity”. Tal termo foi idealizado pelo biólogo americano Walter G. Rosen, o qual realizou o National Forum on BioDiversity (Fórum Nacional sobre BioDiversidade). O fórum aconteceu em um momento em que o interesse pelo conhecimento da diversidade da vida e as preocupações com a sua conservação, tanto entre cientistas como entre uma parcela considerável da sociedade, tomavam impulso envolvidos com a conservação da natureza.
É imprescindível ressaltar a intrínseca relação que há entre a agroecologia e a biodiversidade, já que a agroecologia é aplicação de conceitos e princípios ecológicos no desenho e no manejo de agroecossistemas sustentáveis. Dessa forma, ela inclui as dimensões ecológicas, sociais e culturais. Então, a produção sustentável em um agroecossistema deriva do equilíbrio entre plantas, solo, nutrientes, luz solar, umidade e outros organismos coexistentes. Portanto, a agroecologia possui um papel crucial, fomentando e promovendo a conservação da biodiversidade.
A agricultura convencional no Brasil, caracterizada pela monocultura em larga escala e uso intensivo de insumos químicos, tem sido focada principalmente na busca pelo lucro. No entanto, essa abordagem, quando dissociada de considerações ambientais e sociais, acarreta diversos problemas. Isso inclui a perda de habitat natural, fragmentação de ecossistemas, uso excessivo de agroquímicos, monoculturas que reduzem a diversidade vegetal, erosão do solo e outros impactos negativos na biodiversidade.
Para enfrentar esses problemas e preservar a biodiversidade, muitos agricultores estão
adotando práticas agrícolas mais sustentáveis, como a agroecologia. A agroecologia promove a manutenção da biodiversidade através de estratégias como policultivos e rotação de culturas, agroflorestas, manejo sustentável do solo, e a redução do uso de agroquímicos, evitando assim impactos negativos na biodiversidade. Essas práticas visam promover uma agricultura mais equilibrada e harmônica com o meio ambiente, contribuindo para a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.
A biodiversidade está inter-relacionada com a sociedade e a saúde coletiva nos processos atravessados por dimensões sociais, ambientais e políticas e a agroecologia com as questões agrária e agrícola voltadas à produção e à qualidade dos alimentos para a segurança e soberania alimentar. A aproximação entre saúde e agroecologia é importante por vivermos um momento de agravamento das crises democrática, social, sanitária e ecológica e pelo próprio significado da questão agrária e da agroecologia para a saúde. A Revolução Verde, representa a “expansão da lógica industrial capitalista [...]”. Um modelo de agricultura conhecido como agronegócio que tem desafios e implicações sociais, ambientais e econômicas. Em meio a isso, obteve-se, ainda, alguns avanços, por exemplo, a X CNS 20, realizada em 1996, que teve como estímulo “[...] à agroecologia, ao comprometimento com o desenvolvimento sustentável e ao respeito aos ecossistemas".
Em meio a esse cenário, a agroecologia surge como uma alternativa que alia a “produção de alimentos à manutenção da biodiversidade ao trazer práticas que vinculam a área de plantio às características do ecossistema em que se encontra”. A agroecologia atende também mais de 5 metas estabelecidas pela agenda global, juntamente com os povos indígenas onde terá mais ênfase no que tange a preservação da biodiversidade com o bem viver. Em suma, “a prática agroecológica vincula-se diretamente ao meio ambiente, trabalho, alimentos e energia, e contribui para a diminuição dos impactos ambientais, para a integração da sustentabilidade ao manejo e uso de recursos e na soberania e segurança alimentar”.
Autores: Beatriz Sampaio, Giovanna Thallia E Junnya Gondim
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