A urbanização é um dos principais problemas da humanidade, principalmente no que se refere ao aumento populacional e a necessidade de produzir alimento para essa população; além de outros problemas sociais e ambientais como a criminalidade, desemprego, poluição e etc.). Muitos imaginam a agricultura como uma prática intrinsecamente ruralizada, nos dando uma noção de incompatibilidade se pensarmos que essa prática também pode ser associada ao meio urbano e que, em muitos casos é uma interação bastante benéfica.
A agricultura urbana não é recente, sempre se expressou na área urbana de forma tímida. Contudo, não quer dizer que possuem a essência agroecológica em seu modo de funcionamento, eram agricultura muitas vezes inspiradas nos modelos convencionais de sistematização. Entretanto, essa atividade tem gerado interesse tanto de urbanistas quanto de pesquisadores e responsáveis por elaborar políticas, pois quando se estabelece conseguem desempenhar papel importante na alimentação da população urbana e até a sobrevivência de certos grupos.
A importância da agroecologia urbana e suas dimensões
Apesar de serem importantes e estar num crescente, o fato de serem agriculturas urbanas não quer dizer que são ambientalmente sustentáveis. A importância da agroecologia como um instrumento para viabilizar as produções, com baixa dependência de insumos externos, com a valorização comunitária, que procura manter ou recuperar a paisagem e a biodiversidade dos agrossistemas, numa relação mutualística entre o produtor e o ambiente em que trabalha.
A agroecologia urbana é fundamentada em três dimensões: a dimensão ecológica, baseada na fundamentação de bases materiais teóricas e técnicas para produção de alimentos compatíveis com a natureza e respeitando seus sistemas ecológicos; uma dimensão política voltada na expansão da capacidade participativa dos moradores do meio urbano, na democracia da produção do conhecimento além da troca de saberes; e a dimensão econômica, na melhora da formas de organização econômica a fim de valorizar as produções urbanas e garantir tempo livre para os cidadãos gerirem seu espaço urbano e os resíduos gerados pelos mesmos, de forma ainda mais economicamente sustentável.
Everton Ribeiro e Ingredy Píton
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