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BASES PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Como adotar uma alimentação saudável?

Os alimentos que ingerimos possuem papel fundamental para a saúde e longevidade, por isso é necessário atenção da nossa parte sobre como a correria da vida moderna pode estar impactando diretamente na queda do consumo de uma alimentação saudável. Na prática, a adoção de um estilo de vida alimentar equilibrado é mais simples do que parece e evita uma série de transtornos futuros à saúde, razão pela qual é imperioso que cada um reflita sobre o

que “anda comendo por aí”. O entendimento da importância para alimentar-se adequadamente não é novidade. Hipócrates, ainda na Grécia Antiga já afirmava: “que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”.


Mais do que propiciar uma aparência bonita, com uma pele mais jovem ou um cabelo hidratado, a boa alimentação evita doenças, retarda o envelhecimento precoce e mantém o corpo fortalecido para enfrentar a correria do dia-a-dia. A adoção de hábitos alimentares saudáveis está na diversificação dos alimentos, no aumento da ingestão de frutas, legumes e vegetais frescos, preferencialmente, os orgânicos, sem aditivos químicos e/ou agrotóxicos, bem como cereais integrais, oleaginosas e, claro, na redução considerável dos vilões da saúde: alimentos e bebidas ricos em sódio (sal de cozinha), frituras em excesso e gorduras saturadas, além dos açúcares, principalmente, os refinados.


Portanto, a alimentação saudável exige a substituição, ainda que gradual, do consumo de alimentos enlatados e industrializados, normalmente ricos em conservantes, mas, também, os preparados em poucos minutos, tal como os fast foods, exageradamente consumidos em todo o mundo, bem como os refrigerantes em geral. É preciso combater o tabu de que alimentos coloridos e naturais são em geral pouco saborosos, uma vez que essa ideia nos afasta de uma base nutricional adequada e nos aproxima de hábitos alimentares destrutivos da saúde.

Alimentar-se é também uma prática sociocultural, marcada por fatores ambientais e por essa razão, nos estimula a uma série de sensações que devem ser prazerosas. Aliás, o alimento como fonte de prazer também é uma abordagem necessária para promoção da saúde. Assim, é aconselhável o resgate aos valores alimentares culturalmente referenciados, no sentido de estimular o consumo e a produção, por exemplo, de alimentos saudáveis regionais, tais como legumes, verduras e frutas. Ainda, com a ajuda de um nutricionista é possível adequar uma alimentação equilibrada e personalizada às necessidades nutricionais de cada indivíduo.


Dia Mundial da Alimentação Saudável


O Dia Mundial da Alimentação, celebrado em 16 de outubro, foi criado em 1981 para fortalecer a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), com o objetivo de envolver governos e pessoas na luta para libertar o mundo da fome, desnutrição e pobreza. Essa data tornou-se um símbolo de resistência e conscientização para o combate à fome e a desnutrição, como forma de defesa da garantia ao princípio da dignidade da pessoa humana, que contempla uma existência digna.

Esse debate promovido pela FAO, traz uma importante reflexão sobre os problemas relacionados à alimentação e nutrição, buscando também alcançar a segurança alimentar e garantir o acesso das pessoas a uma alimentação de alta qualidade e quantidade suficiente para levar uma vida ativa e saudável. Além disso, as campanhas trazem um viés inovador com propostas e orientações sobre como ter uma vida saudável. Por exemplo, seguir um padrão alimentar e nutricional colorido e variado, contendo fontes de proteínas, fibras, vitaminas e minerais. Também é muito importante para o bem-estar humano, evitar os alimentos processados, pois é um consenso de que os mesmos promovem o aparecimento de doenças.


É relevante ressaltar a importância das pessoas terem mais consciência nas suas práticas alimentares de forma a entender o impacto que elas trazem não somente à saúde, mas ao planeta. Adicionalmente, valorizar os alimentos nutritivos e ecologicamente produzidos é um modo de respeitar toda cadeia por trás da nossa alimentação, como os pequenos agricultores e produtores agroecológicos, e por consequência, a proteção do meio ambiente por meio de relações mais justas e solidárias.


Alimentação saudável na infância: um presente para toda a vida


A infância, como primeira fase da vida é sempre um período de muitas dúvidas para as famílias, principalmente, quanto a saúde e o bem-estar. Por essa razão, se faz necessária uma atenção redobrada à alimentação das crianças, pois disso depende o desenvolvimento saudável e o suprimento das carências nutricionais próprias dessa fase da vida.

Hábitos alimentares saudáveis na infância são determinantes para o desenvolvimento nutricional adequado e para a garantia de um futuro adulto sem problemas como obesidade, hipertensão e diabetes ou outras doenças oportunistas. Não por acaso, o Ministério da Saúde (GUIA ALIMENTAR, 2014), indica a importância de uma rotina alimentar baseada no consumo de alimentos in natura, evitando os ultra processados, que contêm muito açúcar, sódio e gordura. Da mesma forma, a Sociedade Brasileira de Pediatria em seu Manual de Alimentação (2012) recomenda, para todas as faixas etárias, desde a primeira refeição, que todos os componentes alimentares estejam presentes e para crianças abaixo dos 02 anos de idade, o leite materno é essencial e a não ingestão de açúcares é recomendada.


Na fase pré-escolar, dos 02 até os 07 anos incompletos, estabiliza-se o crescimento estrutural e o ganho de peso. Por isso é uma fase com menor necessidade de ingestão energética, quando comparada à etapa de 0 à 02 anos de vida e o período escolar. Mas, é na fase pré-escolar que a criança se torna capaz de selecionar alimentos com base nos sabores, cores, experiências sensoriais e textuais, de modo que tais escolhas, influenciarão o padrão alimentar no futuro. Nesse período, é comum recusas alimentares da criança, sendo recomendável o estímulo ao prazer no ato de comer sem imposições, eis que o uso da coerção tende a aumentar a recusa do alimento e atitudes excessivamente autoritária ou permissiva dos pais, só dificulta o estabelecimento de um mecanismo saudável para o controle da ingestão alimentar. (CARTILHA DE ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INFANTIL/UFMG, 2013).


Atenção para a embalagem e rotulagem de alimentos e bebidas: novas regras aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)


As embalagens alimentícias tornaram-se tão importantes quanto a qualidade dos produtos. Devido ao aumento do consumo consciente, a busca por alimentos saudáveis é uma realidade e o guia decisivo na hora da compra é a rotulagem. Nela, segundo a ANVISA, deve conter todas as informações que há dentro das embalagens, de forma clara, verdadeira e objetiva: a definição (integral, desnatado...), lista de ingredientes, conteúdo líquido, prazo de validade, identificação da origem e do lote, instruções sobre uso e preparo, bem como a tabela de informação nutricional. Esta última, recentemente sofreu mudanças e seguirá com novas regras que facilitam a escolha do consumidor no momento da escolha e compra dos alimentos.

O que muda? A Tabela de Informação Nutricional passa a ter apenas letras pretas e fundo branco, para afastar a possibilidade de uso de contrastes que atrapalhem a visualização das informações. Além disso, a rotulagem agora frontal, terá um símbolo de lupa na frente da embalagem, com o intuito de esclarecer o consumidor sobre o alto conteúdo de nutrientes que têm relevância para a saúde.


As mudanças de embalagem e rotulação serão válidas a partir de 2022, ou seja, 24 meses para a indústria alimentícia se adaptar a nova norma. Sendo que, bebidas não alcoólicas terão mais dois anos para que seja validado. Esse tempo de espera para implementação e vigência das novas regras foi motivo de críticas, uma vez que essa discussão foi iniciada há seis anos. Com o consumo cada vez mais consciente em relação aos produtos alimentícios, a sociedade busca pelo melhor produto através das rotulagens. De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, cerca de 70% dos consumidores verificam as informações dos rótulos de alimentos antes de efetuarem a compra.

Os anexos abaixo ilustram como devem ser os rótulos após as mudanças protagonizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), obrigatórias a partir de 2022.



Mariana Dourado, Wellington Carneiro Guimarães e Yanna Maria


 

REFERÊNCIAS


BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 429, DE 8 DE OUTUBRO DE 2020. Dispõe sobre a rotulagem nutricional dos alimentos embalados. Diário Oficial da União - DOU nº 195: Brasília-DF, 9 de outubro de 2020.


________. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 156 p.


________. Ministério da Saúde. (org.) Elisabetta RECINE, Elisabetta e RADAELLI, Patrícia. Alimentação Saudável. Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Política de Saúde do Ministério da Saúde (DAB/SPS/MS), Brasília, 2002.


CARTILHA DE ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INFANTIL. (coord.) CARVALHO, Gilberto Boaventura. Departamento de Pediatria da UFMG; Belo Horizonte-MG, 2013.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola. Departamento de Nutrologia, 3ª. ed. Rio de Janeiro, RJ: SBP, 2012. 148 p.

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