A população mundial tem crescido rapidamente, aumentando a demanda por alimentos. Com base nos princípios da Revolução Verde, inovações biotecnológicas, caracterizadas pela dependência de fertilizantes inorgânicos e agrotóxicos nos meios de produção, foram surgindo, visando uma maior produtividade agrícola para suprir as necessidades da sociedade. Consequências dessas inovações foram catastróficas tanto para o meio ambiente quanto para a saúde das pessoas. Assim, um modelo de produção agropecuária mais natural e sustentável foi sendo demandado. Surge então a agroecologia, uma ciência que, contrapõe-se ao modelo agrícola convencional, onde os agroecossistemas são planejados respeitando-se mais proximamente possível os ritmos da natureza, com práticas de agricultura que incorporam questões sociais, políticas, culturais, energéticas, ambientais e éticas. Através da visão de autores como Roberto Caporal, o modelo agroecológico promove o manejo adequado dos recursos naturais para que haja uma redução dos impactos sociais, econômicos e ambientais causados pela agricultura industrial (moderna).
Portanto, precisamos destacar a importância das boas práticas e manejos agrícolas com base em uma produção sustentável. Essas ações podem aumentar a qualidade do solo e dos recursos naturais, além de favorecer um bom desenvolvimento e crescimento das plantas, através de uma boa gestão técnica e humana, associada com um bom planejamento e práticas que conservem a água e o solo.
Algumas das práticas de manejo que contribuem para uma agricultura agroecológica são: O cultivo mínimo fundamentado na movimentação mínima do solo; A cobertura do solo (morta ou viva), mantendo a superfície do solo coberta; A rotação de culturas; A sucessão de culturas diferentes no mesmo local; A adubação orgânica; A rochagem que utiliza-se do pó da rocha como um insumo alternativo e complementar para a fertilização dos solos e nutrição das plantas. O uso combinado dessas diversas práticas, otimiza as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, favorecendo a produção sustentável de alimentos saudáveis, respeitando-se a sustentabilidade local.
REFERÊNCIAS CAPORAL, Francisco Roberto; COSTABEBER, José Antônio. Agroecologia e extensão rural: contribuições para a promoção do desenvolvimento rural sustentável. Brasília: MDA/SAF/DATER-IICA, 2004.
CAPORAL, Francisco Roberto. Agroecologia: uma nova ciência para apoiar a transição a agriculturas mais sustentáveis. Embrapa Informação Tecnológica, 2008.
CAPORAL, Francisco Roberto; COSTABEBER, José Antônio. Agroecologia: alguns conceitos e princípios. 2004.
TRINDADE-SANTOS, Matheus Eduardo; DE CASTRO, Marina Siqueira. MANEJO ECOLÓGICO DO SOLO: CHAVE PARA O PROCESSO DE TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 16, n. 1, p. 17, 2021.
LEFF, Enrique. Agroecologia e saber ambiental. Agroecologia e desenvolvimento rural sustentável, v. 3, n. 1, p. 36-51, 2002.
DO CARMO, Ezequiel Lopes; DE JESUS LACERDA, Julian Junio. AGRICULTURA AGROECOLÓGICA: BOAS PRÁTICAS DE MANEJO. Realização, p. 88.
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