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Iniciativas de apoio ao agricultor

O avanço dos movimentos sociais no campo e a intensificação de suas lutas, têm tornado cada vez mais evidente a necessidade de se elaborar uma estratégia de desenvolvimento para o campo que priorize as oportunidades de desenvolvimento social e não se restrinja a uma perspectiva estritamente econômica e setorial.


Com isso, surgem as primeiras iniciativas de apoio ao agricultor. A ATER - Assistência Técnica e Extensão Rural, por exemplo, visava o aumento de produtividade e mudança de pensamento dos agricultores, do tradicional para o moderno. Os conhecimentos e saberes dos agricultores não importavam assim como suas necessidades, o objetivo era somente conseguir aumentar os lucros e produção.


Como o papel dos extensionistas rurais era condicionado pela existência do crédito agrícola, os pequenos agricultores familiares sem esses benefícios, perdiam tais assistências, o que só agravou a exclusão social. Mesmo à margem de apoio governamental, os pequenos agricultores buscaram formas de associação e de apoio mútuos, com movimentos sociais para fazer pressão por melhorias e chamar a atenção das autoridades para os problemas do campo.


Mas, ainda assim houveram enormes discrepâncias entre os estados do sul e nordeste, aumentando o abismo entre esses as desigualdades econômicas regionais. O apoio governamental a extensão rural só se fortalece de fato em 2003, no governo Lula, com a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) e a criação do Programa Nacional de Assistência Técnica e extensão Rural (PRONATER).


Ações governamentais e o crédito rural: ele de fato chega ao pequeno agricultor?


Sabe-se da importância que têm as políticas públicas no fortalecimento e desenvolvimento dos pequenos agricultores, tais como: crédito, ATER (assistência técnica e extensão rural) e comercialização. O crédito rural por sua vez, para agricultores familiares, é dividido em investimentos na produção, custeio e habitação, está cada vez menor, com juros mais altos. No Plano Safra 2020/2021, por exemplo, o crédito destinado à esses produtores caiu de 2 bilhões para 200 milhões. Assim, dificulta ainda mais a produção de alimentos seguros e nutritivos, desestimula os agricultores e encarece o alimento que chega nas nossas mesas. Insatisfeitos com essa política governamental, a CONTAG juntamente com sindicatos e federações buscam negociações com o Governo Federal para aumento dos créditos aos pequenos produtores. A fim de recuperar essa agricultura familiar, e assim recuperar a economia do país.


O projeto do CSA e o fortalecimento da agricultura familiar


CSA é a abreviação para Comunidade que Sustenta a Agricultura, criada nos Estados Unidos, ainda em 1980, por um grupo de amigos inspirados em um tipo de agricultura biodinâmica. É um sistema alternativo que torna mais próximo o contato do produtor com o consumidor. É uma estratégia também de apoio ao consumo consciente de alimentos e incentivo aos pequenos agricultores que não recebem todos os apoios governamentais que precisam e merecem. Por isso, o apoio da comunidade local é tão importante.


No CSA qualquer consumidor pode ser coprodutor, basta investir financeiramente no agricultor, de forma anual geralmente, similar a uma filiação contratual e em troca recebe alimentos semanalmente livres de agrotóxicos, pois os agricultores seguem os princípios da agricultura orgânica. Reflete ganhos e vínculos positivos entre comunidade e agricultor e ao mesmo tempo contribui com a autonomia deste, que consegue manter suas produções. Essa é uma prática interessante, amigo leitor, pois o coprodutor participa da administração, cria consciência ambiental e a troca de saberes com o produtor.



Mariana Dourado, Wellington Guimarães, Yanna Maria

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