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Manejo agroecológico de pragas : já ouviram falar?

Sabemos que existem alguns desafios vivenciados na produção agroecológica e orgânica e um dos mais importantes se refere ao manejo de pragas, as quais atacam plantações e acabam por trazer muitos prejuízos. Por isso, estratégias adequadas devem ser aplicadas para resolver esses problemas, visando controlar os invasores, bem como proteger os ecossistemas.


É nessa perspectiva que o manejo agroecológico de pragas faz o seu papel, objetivando não somente o cuidado através das práticas curativas, como também a aplicação de estratégias preventivas, já que dentro dessa área procura-se sempre resolver as dificuldades de maneira sustentável, com acessibilidade e de forma que não atinja o meio ambiente e a sua biodiversidade.


Desse modo, controles como o cultural e o biológico são importantes técnicas para o manejo de pragas dentro do campo agroecológico. O controle cultural consiste, inicialmente, na utilização de medidas sanitárias que serão fundamentais para destruir os habitats das pragas no período de entressafra até as novas safras, evitando a proliferação desses insetos. Outras principais formas desse tipo de controle são, o uso de ferramentas, a poda, limpeza, uso de adubo adequado e o modelo de irrigação. Já o controle biológico é a utilização de inimigos naturais para a contenção populacional de pragas. Os principais inimigos naturais das pragas agrícolas são os macro organismos, como os insetos predadores, parasitoides, ácaros predadores e nematoides e, os microrganismos, representados pelos fungos, bactérias, vírus e protozoários.

Além do uso desses organismos, a enorme diversidade da flora brasileira possibilita um vasto e contínuo campo de pesquisa e, como resultado disso, muitos produtos derivados de plantas foram registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento visando o manejo de pragas em sistemas agroecológicos. Uma das plantas mais pesquisadas para o controle de pragas é o Nim, conhecida popularmente como Amargosa, com cerca de 400 espécies de insetos e ácaros sensíveis a diferentes concentrações de produtos à base de seus compostos.


Dessa forma, o manejo alternativo de pragas se aplica como uma estratégia que além de se preocupar com o controle, direciona a sua atenção para a preservação do meio ambiente. Porém, apesar dos grandes avanços já alcançados, é muito importante o investimento em pesquisas que visam compreender melhor os mecanismos de como a biodiversidade e as práticas culturais afetam as pragas, deixando de lado o modelo tradicional, no qual o excessivo uso de agrotóxicos impacta de forma direta e significativa não só o meio agrícola, mas todo o ecossistema global.


REFERÊNCIAS

LAZZARINI, Alciro Lamão; et al. Manejo Agroecológico de pragas: Alternativas para uma

agricultura sustentável. Revista Científica Intelleto, Venda Nova do Imigrante, ES, v. 3, n. 3,

p. 18-34, 2018.

Projeto Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado. Agroecologia, Manejo de pragas e

doenças. Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado, n. 6, 2010.

VENZON, Madelaide; et al. Manejo Agroecológico de pragas. Diálogos transdisciplinares

em Agroecologia: projeto Café com Agroecologia. Viçosa: FACEV, 2021. Cap 21, p. 305-

319.

VITORAZZI, Davi. Orgânicos ou Agroecológicos? Entenda as diferenças sobre estes

produtos. RECOOPSOL, 2020. Disponível em:

<http://recoopsol.ic.ufmt.br/index.php/2020/04/03/organicos-ou-agroecologicos-entenda-as-

diferencas-sobre-estes-produtos/>. Acesso em: 30 de agosto, 2021.

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