A agroecologia busca resgatar a forma com que os processos ocorrem na natureza, evitando romper o equilíbrio ecológico que fornece estabilidade aos ecossistemas naturais. Este equilíbrio exerce forte influência no controle de pragas e doenças. Isto porque, quando um ambiente está em equilíbrio, a convivência entre as plantas, as “pragas” e as doenças acontece de forma harmoniosa. Como consequência, não há prejuízo na produção de frutos e folhas. Nessa situação, as “pragas” não aumentam a sua população nem as doenças nas plantas encontram disponibilidade para acontecer, pois o ambiente não favorece.
As plantas, que se desenvolvem em ambientes equilibrados, estão bem adaptadas e nutridas e, como resultado, conseguem produzir substâncias complexas, como vitaminas, gorduras e proteínas. Já as plantas que se desenvolvem em ambientes desequilibrados não conseguem sintetizar substâncias complexas como as proteínas, produzindo apenas os aminoácidos. Os insetos que são pragas, no geral possuem um organismo muito simples, com baixa capacidade de digestão e, diante disso, só conseguem digerir substâncias simples, como os aminoácidos. Portanto, um ambiente em desequilíbrio favorece o ataque dos insetos. Por outro lado, plantas que se desenvolvem em ambientes equilibrados produzem os aminoácidos, que rapidamente se ligam um ao outro, tornando-se proteínas. Estas plantas não são atacadas porque as pragas não encontram alimentos que consigam digerir. Portanto, a explosão de pragas e de doenças possui uma forte ligação com o estado do ambiente.
Entre os métodos adotados no controle de doenças e pragas na Agricultura Convencional estão: o uso de pesticidas e agrotóxicos e a queima. Os pesticidas e agrotóxicos são bastante utilizados, apesar de provocarem uma série de danos ambientais, como a contaminação da água, do solo, dos alimentos, intoxicação das pessoas, resistência de pragas, desequilíbrio biológico, entre outros, justamente devido a simplicidade e rápido resultado da sua aplicação.
Já o manejo agroecológico de doenças e pragas busca entender e respeitar as interrelações naturais, procurando fortalecer o equilíbrio e sustentabilidade do ambiente. O primeiro passo para iniciar o manejo alternativo de doenças e pragas é o monitoramento. É importante conhecer a cultura e a variedade plantada, para entender quais são as pragas que possivelmente podem causar um dano econômico na cultura e quais doenças podem acometer a plantação. Além disso, outras estratégias importantes neste tipo de manejo são: manutenção da diversidade de plantas e rotação de culturas; utilização de feromônios como atração de insetos para a captura; o próprio controle mecânico, como uso de barreiras e catação direta; controle biológico, através de inimigos naturais; medidas sanitárias; utilização de plantas com atividade inseticida e fungitóxica, entre outras. Assim como técnicas de manutenção do solo saudável e nutrido, e das condições ambientais propícias ao desenvolvimento das plantas também é essencial para a prevenção de doenças que prejudicam as folhagens e o cultivo.
Elma e Mileide
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