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Metodologias Participativas em Agroecologia

Em 1970 surge, no âmbito das Ciências Sociais, a crítica da ausência dos aspectos relacionados aos saberes populares nas pesquisas científicas, o distanciamento entre o pesquisador e a realidade e a objetificação do sujeito na pesquisa social, pois o saber popular era desconsiderado na produção do conhecimento. Originam-se, então, as metodologias participativas em agroecologia, caracterizadas por ser um processo contínuo e não estático, baseadas no trabalho com enfoque participativo que precisa ser adaptado, a cada instante, de acordo com cada grupo alvo e sua realidade.

A atuação efetiva dos participantes no processo educativo é permitida. Com isso, as comunidades e seus territórios deixam de ser meros receptores e passam a fazer parte do processo de geração e construção do conhecimento científico, ou seja, são co-produtores de conhecimento. Isso porque os agricultores são detentores de vários conhecimentos acumulados ao longo de milênios de coevolução social e ecológica. Assim, ao trabalhar com metodologias participativas, é imprescindível que o foco esteja na valorização de seus saberes, experiências acumuladas, crenças e cultura.

Dessa forma, as metodologias são muito utilizadas na realização da Assistência Técnica e Extensão Rural, que usa os princípios e as técnicas para orientar as atividades produtivas, de comercialização e de organização comunitária na zona rural. Para a prestação de um serviço de ATER cada vez mais qualificado e adequado à realidade da agricultura familiar, esses métodos estão baseados nas agriculturas essencialmente de base ecológica, nos princípios agroecológicos.

As ferramentas participativas devem então ser consideradas como complementares, pois nenhuma delas é suficiente para assegurar um processo participativo, se for aplicada sozinha e sem levar em consideração a subjetividade de cada local (GEILFUS, 2002). Por isso, a base principal é a participação dos agricultores, que pode ser adaptada de acordo com cada grupo, comunidade e a sua realidade. Dessarte, não existem ferramentas engessadas que são utilizadas em todas as situações e da mesma forma. Essas metodologias vem para redesenhar o sistema de forma a torná-lo sustentável e entender como realizar a transição ecológica, encontrando os melhores caminhos para planejar a produção, fazer um diagnóstico para resolução de problemas e possibilitar o trabalho em grupo.

Por fim, é necessário ressaltar que os diferentes pontos de vista, ideias, perguntas e respostas são essenciais para a metodologia participativa, pois ajudam a compreender melhor a complexidade de tudo. Quanto mais informações sobre os sistemas naturais e produtivos, através do relato de agricultores(as), mais capazes os técnicos serão de resolver problemas através de sistemas mais ecológicos. É por esse motivo que o saber popular e tradicional é bastante valorizado e fortalecido na Agroecologia.



Por: Caroliny Dantas Marques e Samyra Silva Almeida

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