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Mulheres e Agroecologia

Historicamente, o cultivo da terra foi tido como uma atribuição feminina. O cultivo das sementes e plantações, a transmissão do conhecimento tradicional nas famílias. Da mesma forma, a observação dos processos naturais e cósmicos que permitiram às mulheres desenvolverem valorosos conhecimentos sobre o corpo, os ritmos e os ciclos. Muitos dos métodos, ferramentas e equipamentos que usamos atualmente tem origem nas invenções e descobrimentos provavelmente feitos pelas mulheres nesta era (Neolítico), como a utilização de plantas de forma curativa, a domesticação de animais, o cultivo das plantas, a construção das casas, os princípios da nutrição infantil, e enxada, o amolador e quem sabe, inclusive, o carro de boi (ÖCALAN, 2016). A agroecologia é um novo paradigma, determinado por novas relações, e esse é um desafio e um processo para as famílias. A participação das mulheres enriquece, embeleza e engrandece as organizações. Por isso, mulheres, mães, camponesas, companheiras, militantes, dirigentes, todas essas facetas e qualidades desenvolvidas pelas mulheres devem ser potencializadas e colocadas no sentido da organização e do fortalecimento da participação delas a começar pelo rompimento com a organização convencional da divisão de tarefas no campo e a desvalorização dos trabalhos ditos femininos, pois as mulheres devem ser valorizadas pelos trabalhos de produção de alimentos saudáveis e podem transformar tal tarefa em geração de renda para toda a família (ÖCALAN, 2016).

A produção agroecológica não apenas promove a sustentabilidade ambiental, mas também desencadeia benefícios significativos para as mulheres, contribuindo para a inclusão social e o empoderamento feminino. Um dos aspectos positivos é a participação ativa das mulheres nessa prática, que desafia as normas tradicionais de gênero, permitindo-lhes exercer liderança e tomar decisões, ampliando assim sua participação na sociedade. A agroecologia reconhece plenamente a capacidade das mulheres em realizar atividades agrícolas sustentáveis, nas quais desempenham um papel fundamental na preservação do meio ambiente e na promoção da biodiversidade. Suas técnicas de manejo e cultivo respeitam os ciclos naturais e evitam o uso de agrotóxicos, contribuindo para a produção de alimentos saudáveis que beneficiam toda a comunidade.

Além disso, a inclusão das mulheres nas práticas agroecológicas abre portas para sua participação ativa em questões de políticas públicas, permitindo que influenciem a formulação e implementação de políticas relacionadas à agricultura sustentável. Isso fortalece sua representatividade e influência nas decisões que afetam suas vidas e comunidades. Outro aspecto fundamental é a autonomia que a agroecologia proporciona às mulheres. Ao se envolverem nessa prática, elas têm a oportunidade de gerar renda própria, reduzindo sua dependência econômica e aumentando sua autoestima. A produção e comercialização de alimentos agroecológicos permitem que as mulheres conquistem maior autonomia financeira e empoderamento, desafiando assim os desafios tradicionais que enfrentam no campo. No entanto, é importante reconhecer que as mulheres também enfrentam desafios na agroecologia, incluindo a desigualdade de gênero, a carga de trabalho dupla, o acesso limitado a recursos, a falta de reconhecimento e valorização de seu trabalho, a falta de redes de apoio e o acesso limitado à comercialização. Superar esses desafios requer esforços contínuos para promover a igualdade de gênero e garantir que as mulheres tenham acesso igualitário a recursos, oportunidades e reconhecimento em contextos agroecológicos. Isso não apenas fortalece a participação feminina na agroecologia, mas também contribui para a construção de comunidades sustentáveis e equitativas.


Autoras: Ádria Rios, Letícia Freitas e Lís Magalhães

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