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O ensino da Agroecologia

O Movimento de Agricultura Alternativa na década de 1980 impulsionou muitas experiências educativas no campo da agroecologia no Brasil, produzindo e socializando novos conhecimentos, contrários ao modelo de produção de alimentos baseado na mecanização do campo, no uso indiscriminado dos recursos naturais, fertilizantes químicos e agrotóxicos, resultado da chamada Revolução Verde.


Fonte da imagem : https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-revolucao-verde.htm


O ensino da agroecologia desperta novas práticas sociais que buscam recuperar ou inovar as formas de saber lidar com a vida e com a agricultura, a partir da construção de uma educação que aproxima os conhecimentos tradicionais da sabedoria popular dos camponeses e dos movimentos sociais no campo. Com isso, a partir de uma metodologia ativa, que favorece o respeito e a inclusão das diversidades, situações-problema e saberes locais desses indivíduos, o ensino na agroecologia contempla uma abordagem interdisciplinar, com um saber técnico, mas utilizado de modo a promover a agroecologia e seus preceitos na educação do campo, das cidades e em todos os níveis.


Fonte da imagem : Google Imagens


Logo, essa abordagem educativa não se dá de uma única forma, pois existem diversos espaços de ensino-aprendizagem, tanto no ensino básico, já que a prática agroecológica pode servir de base para o debate de diversas questões, quanto no âmbito do ensino superior e técnico onde esses espaços pedagógicos ultrapassam as disciplinas acadêmicas, dentre as quais é possível citar as feiras do conhecimento onde ocorrem trocas de experiências em agroecologia entre os povos do campo e da cidade, a exemplo da Feira Agroecológica da UFBA.


Fonte da imagem : Google Imagens


Portanto, a inserção da agroecologia na educação, é guiada por princípios como a preservação da vida e em todas as suas formas, da transformação da realidade e superação das desigualdades, da diversidade e da complexidade, dada a perspectiva de uma leitura crítica da realidade e a adoção de instrumentos e métodos participativos. Ainda assim, a educação, principalmente no campo, enfrenta grandes desafios, desde o elevado índice de analfabetismo, sobretudo, nas faixas etárias acima de 25 anos até as condições estruturais pedagógicas inadequadas das escolas rurais. A partir disso, vemos a importância da elaboração de estratégias de mudanças voltadas para a construção de políticas públicas de redução de danos no enfrentamento dos desafios do ensino na agroecologia.

Fonte da imagem : Google Imagens


Dessa forma, é possível afirmar que não há um consenso sobre como deve ser essa educação, visto tantos espaços de aprendizagem, formas e adequações a cada realidade. Sendo assim, existe a necessidade de amadurecimento sobre esses métodos e formas de ensino, sempre tendo como base a ideia de que a educação formal em agroecologia é um direito fundamental e que deve ser ofertada de forma pública, gratuita e de qualidade para toda a população do campo e da cidade.


Autores:

Mahayan Andersson de Oliveira Santos Mascarenhas e Wellington Carneiro Guimarães


Referências:

CAPORAL, F.R.; PETERSEN, P. Agroecologia e políticas públicas na América Latina: o caso do Brasil. Agroecología, v. 6, p. 63-74, 2011.


CARMO, Davi Lopes do; MIGUEL, Elizangela da Silva; JÚNIOR, Paulo Prates; et al. (Org.) Diálogos transdisciplinares em Agroecologia: projeto café com agroecologia. Priore. – Viçosa, MG: FACEV, 2021. 451 p.


FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.


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SOUSA, R. DA P. Educação em agroecologia: reflexões sobre a formação contra hegemônica de camponeses no Brasil. Ciência e Cultura, v. 69, n. 2, p. 28-33, 2017.


SOUSA. Educación profesional y sabidurías de los jóvenes campesinos en la Amazonía: una reflexión desde la agroecología política. Tese (Doutorado) – Universidad Pablo de Olavide, Sevilha, 2015.

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