Os recursos naturais, como solo, água, biodiversidade, ar, energia, recursos genéticos e insumos agrícolas, representam os elementos essenciais da natureza que sustentam a produção de alimentos. Eles desempenham um papel crucial na manutenção da produtividade agrícola e são indispensáveis para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade a longo prazo. Segundo o líder indígena Ailton Krenak, a gente é quem precisa do meio ambiente para sobreviver, enquanto este pode prosperar até melhor na ausência humana. Sendo assim, destaca a importância de reconhecer o meio ambiente como a base fundamental de sustentação da vida humana e não apenas como um recurso abstrato.
Um dos maiores empecilhos para o uso das práticas agroecológicas, é a prevalência da agricultura convencional no meio social. Esse tipo de agricultura é baseada no uso de monocultura, altas tecnologias, agrotóxicos, exploração insustentável dos recursos naturais e a incessante busca de lucro, sendo as principais consequências o desmatamento, perda de habitats e de biodiversidade, erosão do solo, perda da capacidade produtiva do solo, sedimentação de corpos hídricos, contaminação do solo e da água com agroquímicos, e as emissões de gases de efeito estufa. E por que esse cenário acontece? Porque não podemos simplesmente gastar? Sabemos que os recursos são importantes, mas eles não deveriam ser renováveis?
A verdade é que até os ciclos renováveis podem não conseguir se completar, caso haja uma interferência no processo. Se desmatamos uma área para cultivo, aquela plantação vai retirar do solo em maior quantidade os nutrientes vitais para o seu crescimento, e passados meses, ou anos, aquele nutriente que era tão importante, vai se tornar cada vez mais escasso, já que não haverá uma maior biodiversidade para devolver os nutrientes à terra. A partir da leitura do texto "Agricultura agroecológica: boas práticas de manejo", pertencente ao livro Café com Agroecologia, fica claro como durante muitos anos era comum, após gerar um impacto ambiental negativo em uma área agrícola, a ocorrência do abandono daquele espaço para busca de um novo, ainda repleto de nutrientes, biodiversidade, polinizadores, energia, dentre outros.
Atualmente, com algumas legislações impedindo esse manejo, é preciso recorrer à retomada do que foi tirado do ambiente de maneira artificial. No documentário “História das Coisas”, é ressaltada uma frase extremamente importante para entender essa situação, "A razão pela qual o sistema está em crise é porque é um sistema linear, e vivemos em um planeta finito. Não é possível operar um sistema linear em um planeta finito indefinidamente". Conquistar a manutenção das orientações ecológicas garante um processo cíclico para um consumo cíclico, com cultivos que respeitam os limites naturais. A rotação de culturas, por exemplo, é uma forma de devolver ao solo os nutrientes retirados e ainda sim trabalhar com a agroecologia plantando, colhendo e mantendo seu sustento.
Por essas razões, é muito importante destacar o papel que a conscientização da população e dos agricultores têm, em mostrar a viabilidade e importância desse processo. Primeiramente, o poder público precisa desempenhar esse papel de conscientização, como está previsto na Constituição Federal de 1988, ‘todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações’. E além disso, as universidades, tanto no ensino, como na pesquisa e principalmente na extensão, devem desempenhar atividades de incentivo e conscientização sobre as práticas agroecológicas, e por consequência, na promoção do respeito aos recursos naturais.
Autores: Isabela Serra, Janaina Pereira e Maria Antônia Valente.
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